Até a Rã Lê- Texto mais desenvolvido.

Aceitando o desafio da criadora do Clube do Livro- "Rridmi", o texto Até a Rã Lê foi desenvolvido para celebrar o dia Mundial da criança e atrevi-me a fazer uma ilustração bem a moda da Lwlw.

Era uma vez, num jardim qualquer na cidade, distante do centro, a Joaninha e o Leãozinho reuniam-se para estudar formas de fazer com que as meninas e meninos da sua aldeia lessem mais. As crianças andavam grudadas aos novos jogos, já não paravam ao redor dos mais velhos para ouvirem estórias deles ou lerem estórias à volta da fogueira.

Ilustração de Lwsinha MC

- Não sei o que fazer, disse o Leão. Já usei o meu poder e ninguém me quer ouvir.

- Eu então… Começou a dizer a Joaninha quando por eles passou a Rã Marota e sentou-se à beira do rio. Abriu o livro que trazia por baixo do braço e sentou-se a ler.

Calados, os dois amigos ficam a observa-la por uns segundos. O Leão ia já a dizer como os meninos e meninas dizem que ler é chato e uma perda de tempo quando a Marota desata numa gargalhada de fazer ondas no laguinho onde estava sentada e fazer voar as aves no parque com o espantar do eco no ar.

- Do que é que ris, Rã Marota? Perguntou a Joaninha.

- Do que os livros deixam-me fazer. Disse a Marota, fechando o livro no seu dedo indicador. A minha mãe sempre disse-me que tivesse “cuidado com os que [me] dão conselhos com visto ao seu próprio beneficio” e por isso demorei a ler.

- Como assim, perguntou o Leão.

- Sempre evitei o que me dizia o meu primo sobre os livros? Continuou a Marota

- Evitar o quê?

- Evitava ler. Quando comecei a ler obrigavam-me a fazer.

- Hummm! Deixas-te enganar pela primeira impressão, reflectiu a Joaninha.

- Sim! Mas agora sei que o que importa ‘e como nos sentimos.

- Mas como ‘e que podemos ajudar a esses meninos a lerem? Interviu o Leão.

Ficaram mudos por uns minutos. Marota voltou a olhar para umas linhas no livro. O Leão coçou a cabeça. A Joaninha abanou as asas perplexa. Os amigos olharam um para o outro…

- Deiam-lhes uma variedade de materiais para ler. Respondeu a Rã Marota.

- Materiais? Perguntou o Leão.

- Livros, queres dizer? Seguiu a Joaninha.

- Não. Ensinou-me uma bibliotecária que ‘e importante dar aos pequeninos qualquer tido de material- livros, revistas, jornais, artigos- com diferentes formas de escrita para eles ganharem gosto pela leitura.

- Mm! Murmurou o Leão levantando a sobrancelha.

- Mas sem os forcar.

- Não forcando, dar material? Perguntou a Joaninha.

- Oferece e deixa-os escolher.

- Estávamos a criar um clube do livro só para eles. Continuou a Joaninha.

- Pode funcionar. Disse a Marota. Eu faço parte de um e vou lendo coisas que não tocaria se não fosse por sugestão do grupo.

Joaninha e Leãozinho calaram-se uma vez mais e, perdidos pelas suas ideias, nem aperceberam-se que a Marota se despedira e começou a caminha para ir-se embora.

- Obrigada, Marota, gritou o Leão.

- Só mesmo por falta de preparação a nossa aldeia não soube ensinar ao mais pequenos a valorizar a hábito pela leitura. Disse a Joaninha.

- Mão à obra, disse o Leão

- Temos muito que fazer…