A Esperança Vive

No meio da pandemia, uma mãe Galinha mantinha o ouvido alerta e curioso por vozes, risos e gritos de alegria dos pintinhos da Vila Dourada . Alguns dias ouviam-se ruídos rápidos, mas, na maioria das vezes, punha-se um silêncio que pareceu afugentar a esperança daquele linda vila. As flores pareceram temer abrir as suas lindas cores. As árvores já não dançavam aos quatros ventos. Até o último dia de verão. No meio dos pingos de uma barulhenta chuva ouviam-se vozes dos pequenos da vila. Eram tão nítidas e expressivas que a mãe galinha correu à porta. Temeu molhar as duas penas, ficou a apreciar 3 pequenos pintinhos no meio da estrada a desfrutarem do banho de chuva. Antes mesmo da mãe galinha começar a chamar pelos seus pintainhos a ver de eles queriam aventurar-se da mesma forma, Joaninha, a pintinha cassule do galinheiro MC deixa cair um toalhão de praia na parte de dentro da porta e sai a correr rumo à chuva, fazendo a mãe galinha girar e perder algumas penas com a velocidade. Os outros pintainhos rolavam na estrada, saltavam para as poças de água e deliravam de alegria. Joaninha começou a cantar “i’m singing in the rain.” Era dessa alegria de que procura a mãe galinha há meses. Tinha saudades e estava preocupada que se haver abafado na ansiedade pandémica as vozes, gritos e alegria dos pequeninos. Cada um está nos seus galinheiros agora, hoje muitos já focados no novo ano lectivo, mas espera-se que todo esse confinamento tenha desenvolvido nos pequenos pintainhos da Vila Dourada uma nova razão para brilhar. Tão duro tem sido o silêncio, esperemos que seja fruto de mais interações entre galos/galinhas e os seus pintinhos, não roubando a curiosidade e espontaneidade nata de qualquer ser pequenote. A pandemia veio para mudar-nos. Que seja positiva essa mudança e benéfica para os pintainhos pelo mundo inteiro e não apenas para os da Vila Dourada.

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