Mulher na vitrina

Caminhando pelas ruas da cidade
Noto por vezes a hostilidade
E a perversa iniquidade
No olhar afiado de mulheres por quem passo
Umas altas e esbeltas em vestes caras
De olhar julgante de medir altura
Outras cheiinhas, mais reticentes
Ainda represantes
Na avareza do seu cochicho
No desvaneio do seu íntimo
Vejo-as as vezes em similares desfiles
Acham-se melhores
Acham-se glamorosas
Aquelas que no passado ousaram não acreditarem
Que por vezes não querem nem saber
E hoje quase não se importam
Que vivem da reflexão de uma sociedade
Entregues a uma liberdade não definida
Sem limites próprios
De variada identidade
Aquela que na ardente dor, ri-se, e na alegria, chora
Essas mulheres na vitrina
O reflexo delas
A sua avareza, hostilidade, iniquidade, incerteza
Esquecidas de que em cada uma
Vive alguém como eu,
Que cada uma delas sou eu,
Ela é apenas o reflexo de mim.

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