Pinto Pintainho e a mãe Galinha de Angola

No dia 15 de Dezembro, o meu dia e dos meninos cá de casa iniciou com uma das nossas actividades prediletas, ir a biblioteca buscar ou a livrária comprar livros. Estivemos na livrária, apesar de gostarmos mais da corrida para encontrar livros na biblioteca e usar os computadores para jogos e etcs. Mas, como dizia, no Domingo, dia 15, a escola deles teve uma actividade para angariação de fundos, em que uma certa percentagem dos livros comprados em nome da escola será doada à mesma para usarem como quiserem, talvés na biblioteca.

Uma vez lá, os meninos desfrutaram de jogos, como por exemplo terem de encontrar outros livros com certas imagens escolhidas pela bibliotecária. Duas das professoras leram os livros delas favoritos nessa altura do ano e o grupo coral da escola cantou musiquitas natalinas.

Claro que trouxemos para casa alguns livros (mais do que eu esperava, mas como posso reclamar?). No fim do dia, os meninos não se calavam com a letra de uma música que vinha num deles. Da reacção deles entrelaçada à estória, surgiu-me a ideia para essa estórinha para os mais pequeninotes mesmo, aqueles que adoram os livrotes com poucas palavras.
_______________________
Pinto o Pintainho foi com a mamã ao mercado, como fazia todos os sábados. (Tu vais ao mercado ou as Compras com os teus pais?)

- Não saias de perto de mim, disse a senhora Galinha, a mamã do Pintainho.
- Sim, mamã.

Compraram 6 gingubas, 2 milhos e uma pitada de arroz seco.

Mas quando a mamã Galinha virou-se na última quitanda para dar um saco ao Pinto, ele não estava ao lado dela. Procurou por baixo das quitandas, dos baldes, das bacias, até entre as comidas. Mas nada de aparecer a pequena ave.

Não aparecia. O Pinto se tinha distraido com uma bicicleta que passara por ele a vender gelado de múcua. Separou-se da mãe e apercebeu-se apenas quando já não a conseguia ver, já não ouvia o barulho do mercado. Não sabia como voltar.

- Mamã?, perguntou ao encontrar virado de costas um senhor com as mesmas cores que as da sua mãe.
- Não, não, menino. Eu sou o senhor Patovskis, dono da mercearia.
- Ohhhh! Saiu triste o Pinto.
- Procuras pela tua mãe?
- Sim, Sr. Patolovskis.
- Patovskis... 
- Desculpa!
- Como é a tua mãe?
- É castanha como o senhor com uma madeixa preta em forma de raio assim na testa.
- E aonde é que a viste da última vez?
- No mercado...
- E como é que vieste aqui parar? Estás à três ruas do mercado.
- Distrai-me com a bicicleta do gelado.
- Deixa-me mostrar-te o caminho. Não te distraias mais. Vamos por essa rua, até vermos 3 estradas. Aí será o inicio do mercado. 
- A minha mãe vai ficar tão assustada por não encontrar-me...
- Espero que a encontres. Mas como é que saberás se é a tua mãe?
- A minha mãe cacareja diferente das outras senhoras galinhas.
- Como assim?
- Ela diz: "có-có có-ró-có có-có-có có-có-có-ró-có"
- Aí, sim!?!
- Sim! As outras senhoras chamam-na desafinada. Mas o có-có-rocó-có tem as suas variações.
- É!?
E naquele momento ouve-se um "có-có có-ró-có có-có-có có-có-có-ró-có"

Pinto hesitou ir em direcção àquele chamado, com medo do que a mãe fosse dizer ou fazer. A mãe vê-lo mudo e temeroso, de olhos esbugalhados. Olhou para ele um segundo e abraça-o.

- Aí meu Pintinho, meu amor de Pinto!! E sem o Pinto contar, a mãe põe-se a cantar o "có-có có-ró-có có-có-có có-có-có-ró-có"

Via Aline Pintura em Tecido

Comments

Popular Posts