Crónicas dum bubu em pano do Congo- Parte II


Comecei a escrever aqui, na esperança de que pudesse ter contributo de desenvolver o texto inicial, como expliquei antes. Mas acabei por dar eu seguimento ao conto...

(Parte II) 

Helena fotografou a entrega do bubu. Yadira levou-o para o seu quarto. Continuaram a divertir-se com os seus convidados e perderam-se pela noite adentro até as 3 da matina.

- Agora pudemos falar sobre o que faremos com o bubu da avó? Disse a Fari, curiosa.

As sete amigas aglomeraram-se entre cochichos e gargalhadas na parte mais escura do quintal. Yanuza, a cassule da Yadira, não se juntou a elas porque a irmã advertiu-a que não ficasse sempre ao lado delas por ser mais nova. Triste manteve a sua distância.

- Yanuza, estás aqui sozinha porquê? Perguntou Milena ao aperceber-se.

- A Yadira disse-me que me mantivesse distante hoje.

- Deixem-se lá disso. Vamos lá...

- Não faz mal.

- Vem! Vamos juntas.

Yanuza foi, apesar de contrariada.

- Meninas, então vocês descartaram-se da Yanuza?

- Oh, Milena! Não é nada disso. Cada um com o seu grupo. Yadira disse, enrolando os olhos e virando e gesticulando em desprezo.

- O facto da avó Joana ter-vos dado o bubu não quer dizer que tenham de distanciar-se. Vocês serão todas damas no meu casamento e não quero ver essas diferenças crescerem.

- Milena, não tem nada a ver...

- Yadira, nós estamos aqui e não vamos a lado nenhum. É bom que documentem também que quando eu e a Yanuza estivemos curiosas em saber dos vossos planos vocês acharam-nos importunas.

Nenhuma voltou a responder. Yadira tirou o bubu do colo e pousou-o na mesa.

- Então, qual será o primeiro passo? Perguntou a Helena.

- Porque é que não fazemos como no filme “a irmandade das calças viajantes”? Sugeriu Anita.

- Como assim? Indagou Karima.

- As amigas do filme usaram as calças jeans como uma forma de junta-las um durante verão, né? Anita seguiu. Nós podíamos fazer algo parecido.

- Que tal se desfiássemos as costuras antes de o cortarmos? Perguntou Larissa, a mais aventureira e auto criativa do grupo.

- Mas assim nem todas teremos o mesmo tamanho. Advertiu a Milú. E se não fizermos nada ao bubu. Podíamos todas usa-lo por uma semana e cada uma de nós o vestiria da forma que se sentir mais confortável.

- A ideia é óptima, mas esse bubu é longo. A mim, a Yadira e a Karima não ficaria lá muito bem. Fari levantou-se. Essa avó Joana acho que não pensou bem antes de dar-nos essa aventura. Isso não vai dar certo.

- Anita, eu gostei da tua sugestão. Helena disse abrindo o bubu. Vestiu-o.

- Pudemos cortar algum comprimento e usar todas as peças. Sugeriu a Anita. E podíamos usa-lo durante uma semana.

- Eu posso cortar amanhã. Ofereceu-se Larissa. Digam-me só aonde querem que o faça.

Acertaram os detalhes. Decidiram quem seria a primeira a ficar com o bubu. Larissa seria a última, pois, como disse a Fari, “não queremos que as tuas criações influenciem as nossas decisões.”

Prometeram encontrar-se para conversarem sobre a aventura de cada dia daquela semana, num lanche à meio da tarde de cada dia.
(...)


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