Crónicas dum bubu em pano do Congo- Parte III
Apresentei
aqui as crónicas dum bubu em pano do Congo I & II, em Julho e Agosto deste
ano, respectivamente, na expectativa de ver mais partcipação de quem aqui
visita. Recebi apenas o resumo da Sandra B.R., que elaborei, criando o texto que
segue. O que sugeriu a Sandra estava bem próximo da ideia que eu estava a
seguir. Obrigada, Sandra, pela ter contributo!
Terminadas as festividades do pedido de casamento da Milena, a
irmã mais velha da Fari. As sete amigas aglomeraram-se entre cochichos e
gargalhadas na parte menos iluminada do quintal. Yanuza, a cassule da Yadira, a adolescente das criações ciumentas, não se juntou a elas porque a irmã advertiu-a, antes de chegarem ao jantar, que
não ficasse ao lado delas. Tu és muito
canuca, dizia-lhe. Triste, Yanuza respeitou e manteve a sua distância.
- Yanuza, estás aqui sozinha porquê? Perguntou a Milena, após
despedir-se do noivo, dos familiares e amigos.
- A Yadira disse-me que me mantivesse distante...
- Deixem-se lá disso. Vamos lá ter com elas.
- Não faz mal, Milena. Acho melhor eu ficar aqui mesmo.
- Vem! Vamos juntas. Yanuza foi, apesar de ainda contrariada.
Caminhou, hesitante, atrás da Milena, que agarrou-a pelo pulso e puxou-a para o
seu lado.
- Meninas, então vocês descartaram-se da Yanuza?
- Oh, Milena! Não é nada disso. Cada um com o seu grupo.
- Estamos a falar de como distribuir o bubu e ela não foi incluída
na aventura da avó Joana.
- Eu também não fui, mas posso dar-vos algumas dicas. Disse Milena,
forcando que Yanuza se sentasse ao lado da Fari, a irmã dela mais nova. Não
sejam assim.
Milena sentou-se também ao lado das meninas. Casmurras, ficaram em
silêncio alguns segundos. Fari cruzou os braços ao peito e movia a cabeça em
descontentamento.
- Bem sabem que a Yanuza, apesar de mais nova que todas nos sempre
trouxe o seu olho artístico para as nossas coisas.
- Mas dessa vez não precisamos… Apressou-se a dizer a Fari,
interrompida por uma bofetada da irmã na nuca.
- Até tu, Fariette?
- Mana…
- A Yanuza não sai daqui!
- Prontos, não deixemos essas coisas arrefecerem as nossas ideias.
Sugeriu a Hely. Eu serei a primeira a ficar com o bubu, assim fotografo-o já.
- Boa, disse a Karima.
- Depois da Hely, porque e que não fazemos pelo mês de aniversario?
- Não acho. Disse a Yanuza, levando a mão a boca calando-se, por
achar que não devia ter dito nada.
As outras mantiveram o silêncio, mais de metade a olharem para
Yanuza, a espera que continuasse. Milú, como muitas vezes, estava distraída a
desfolhar uma revista. Larissa não largou o telemóvel; de sorriso estampado na
cara, fingia fazer parte da conversa.
- O que e que sugeres, Yanuza. Perguntou a Karima.
- Sim, qual é a tua sugestão? Insistiu Larissa.
Ângela e as meninas continuavam a olhar para Yanuza.
- Diz, miúda! Gritou a
Yadira, a espera de ouvir da irmã.
- Acho que deveriam decidir
já o que querem fazer com os vossos pedaços do bubu, corta-lo e cada uma faz o
que bem entende com o seu bocado.
- É uma ideia. Apressou-se a
Milena a apoiar a Yanuza.
- Prà quem quer fazer pecas
de roupas, caso tenha pedacinhos pequenos, e não se importar, eu poderei fazer
acessórios.
Nenhuma das sete ou a Milena disse algo por alguns segundos…
Yanuza assumiu que gostaram da ideia, por não a terem atacado reprovando o que
ela acabara de dizer. Enquanto esperava pela reacção das amigas da irmã,
começou a esboçar algumas coisas, baseando-se no que ela conhecia dos gostos
delas.
- Larissa, tu deves ficar com a parte do colar e fazer os teus
cachecóis que adoras. Helena, tu és a única que eu nem me atrevo a sugerir algo
pelo teu estilo exclusivo. O que é que tinhas em mente?
- Eu quero algo para o cabelo. Disse Hely gesticulando e apanhando o
cabelo.
Hely, de todas, é a que tinha um estilos mais ecléctico, que
mistura várias tendências; a mais difícil de decifrar.
- Acho que vou por uma bandoleta.
Como escolhi ser a primeira, posso usar a mesma parte que a Larissa e dar-lhe
depois de a lavar. Pode ser?
A Larissa levantou ou olhos da revista apenas para mostrar o
sorriso de aprovação.
- Fari, tu fazes um cinto
grosso, uma faixa, que a vais usar com um vestido e colas.
- Ohhhh! Gosto muito. Milena
reagiu. Podes pôr com as tuas sandálias castanhas.
- Ora nem mais…
- Milu, a ti um top.
- Hum… Só quero ver esse tope.
- Algo simples, cai-cai. Com
um dos teus tchunas e botins.
- E eu? Reclamou Yadira. Estás
a deixar ficar a tua cota para o fim?
- Não, mana, não estou. A ti
uma ínfima mini saia, como só sabes como usar.
- Não sei se vou gostar. Só
vendo com que parte irei calhar.
- Pões com uma blusa que
complemente as cores e umas sandálias altas.
- Hmmm-mmh! Assim a conversa
é outra.
Ângela e Karima, as mais caladinhas de todas, olharam uma para a
outra e agarraram as mãos.
- Eu não sei se quero saber o
que vira prà mim. Disse a Ângela, a mais cautelosa a vestir do grupo.
- Não te preocupes, Angy, a
ti, um laçarote para o cabelo e uma faixa a adicionar a um top. Sei que não
gostas muito de quequices, por isso acho que devíamos aventurar-te a
experimentar algo novo.
- Se não sair bem, eu sempre
posso usar as minhas próprias coisas.
- Karima, para ti vai uma echarpe para dares cor ao teu famoso
estilo monocromático.
Já se haviam juntado à mesa delas, as mães, que cobiçavam a celeridade
com que a Yanuza esboçava os modelos para cada uma das amigas da irmã, mesmo
quando antes ninguém a queria presente.
A avó Joana, seguiu tudo do luando da amiga, a avó da noiva, não
tão distante da mesa aonde estavam as netas e as amigas. Parecia distraída
enquanto ajudava a dona Tina a arrumar as coisas que a haviam oferecido a
família do futuro genro-neto, enrolava a cola num dos cantos do pano que tapava
as pernas da amiga, o gengibre no outro, e algumas notas de Kwanzas e dólares
enroladas num saco no último canto. Ouvia a conversa e viu as interacções.
Aqui ficam novamente as regras desse exercicio, prà quem queria contribuir:
Aqui ficam novamente as regras desse exercicio, prà quem queria contribuir:
- Após ler o conto, adicione tantos parágrafos quantos conseguir escrever.
- O texto que partilhar terá de ser em Português. Se usar calão, por favor explique entre parenteses.
- Eu publicarei um novo texto sempre que alguém partilhe e reconhecendo quem tenha aumentado ao texto. Por isso, será imperativo que se identifique, ainda que por iniciais, mesmo que escolha publicar em anonimato.
- Escreveremos por uma semana ou até acharmos que o conto está terminado.
- Eu, a dona do blog, admistrarei os textos adicionados, evitando publicar textos que possam ser ofensivos. Aviso atempadamente que apagarei textos com mensagens derrogativas ou ofensivas!
NOTA: Esse texto é para uso exclusive desse exercício e não deverá ser publicado (com a excepção de partilhado aqui no blog) pela dona do blog ou qualquer outra pessoa.
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