Alegria e saudades no abraço


Estávamos no aeroporto, eu abraçava a minha tia que ia embora. Senti a minha bochecha molhar. Puxei a minha cara da dela, toquei a minha bochecha e vi, ao olhar para a minha tia, que lágrimas rolavam pela cara dela.

-  Não chores, tia.
-  Não sei como parar.
-  Não fiques triste.
-  Mas não estou triste.

Via Google


Limpei as lágrimas que não queriam parar.

-  Não estou triste, minha linda
-  Então como e’ que vejo lágrimas.
-  São lágrimas de alegria, meu bem.
-  Alegria?
-  Sim, de alegria e saudades.
-  … E saudades!?
-  Alegrou-me ter-te visto brincar com os teus primos todos os dias dessas férias.
-  Também eu, tia
-  Ter vos visto com o meu gelado de múcua, sentados no chão à porta da cozinha da avo’, deu-me saudades da minha tia que o fazia um especialmente para mim.
-  Foi bom fazer o gelado com os primos e a tia.
-  Alegrou-me ainda ver-vos deitados a noite a inventarem estórias de contos descontos e aumento de pontos.
-  Ih, ih, ih
-  Exactamente, esse sorrisinho que vinha lá do quarto quando vocês decidiam imitar as estórias que liam.
-  Foi tão divertido. Também vou ter saudades.

E ai era a minha tia a limpar-me as lágrimas. Abraçou-me forte e choramos as duas no dia em que fui dizer adeus a minha tia e primos. Foram boas as férias, mas bem curtas.

-  Vemo-nos nas próximas férias, minha pequena.
-  Está bem, tia.
-  A tia ama-te de milhões.
-  Eu amo a tia e aos primos de milhões a volta do mundo.




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