Reencontro em construção
- Concordância é
sinónimo de harmonia, por isso acredito estar no caminho certo. Continuarei a
fazer o esboço e tão logo ligarei para marcarmos um encontro aonde possa vir
com o seu esposo também para ele ver o trabalho.
Dariana
Castanheira era uma das mais conceituadas arquitectas no mercado, pela sua
inclusão de interior design com sensibilidade cultural e ecológica no seu
trabalho. Irinalda estava ansiosa por começar as obras da adição que queriam
fazer em casa. Esperavam, ela, o marido e a filha, a chegada de gémeos em seis
meses e ela queria certificar que as obras estariam já terminadas quando ela
estivesse de repouso.
- Obrigada, Dr.
Castanheira!
- Dariana, por
favor, Irinalda. Afinal estaremos a trabalhar nisso juntas.
Duas semanas daí,
Irinalda & Cristóvão voltaram a encontraram-se com a arquitecta, dessa vez
em casa deles. Cristóvão recebeu Dariana à porta.
- Cris? Pergunta
Dariana surpresa ao vê-lo ali. Cristóvão ficou boquiaberto e congelado. O que é
que estás aqui a fazer?
- Eu é que devia
perguntar; vivo aqui.
- Nãooo! És o
marido da Irinalda?
- E tu não me
digas que és a arquitecta de que estamos à espera.
- Sou eu mesma.
- Mas e o nome
Castanheira?
- Do meu
ex-marido...
Ex!? Pensou
Cristóvão, aliviado... Haviam perdido contacto vinte anos atrás quando ele foi
para Cuba estudar. Dariana foi para um colégio interno no ano a seguir e não se
reencontraram até aquele momento.
Cristóvão não
esperava a sua reacção. Irinalda não sabia da existência da Dariana no passado
dele. Por anos, enquanto namoravam, Cristóvão esperou voltar a encontrar o amor
que tenho no início da sua adolescência e que, veio a descobrir naquele
momento, ainda fazia tremer as suas pernas e o deixava congelado. Continuação
bonita, pensou. Na verdade estava ainda mais bonita e bem segura de si.
- Não me convidas
a entrar?
- Desculpa! Entra
que eu vou chamar a Irinalda.
Afastou-se prà dar
espaço para a Dariana entrar. Deliciou-se vestígios da mistura de frutas e
perfume que ficou no ar. Estava mesmerizado que nem apercebeu-se que a filha
Crisnalda o tinha seguido até a porta e viu toda aquela interacção de perto.
Cris, desde cedo
não gosta de algumas interacções do pai com mulheres que não sejam da família
ou frequentem o meio familiar. Ao notar que o pai continuava quase que
hipnotizado ela grita pela mãe.
- Mãeeeeeeeeee!
Está aqui a arquitecta.
- Senta-te
Dariana. Posso oferecer-te algo prà beber?
- Não agora. Vocês
têm uma casa linda, disse.
- Obrigada! Tudo
trabalho da Irinalda...
- Aí sim?
- Oi Dariana!
Entra a Irinalda para a sala. Vejo que já conheceste o Cristóvão e a Crisnalda.
- Já!
Crisnalda saiu
dali ainda surpresa com o pai. Coitada da mamã, pensou a retirar-se para a
cozinha. O pai entrou pouco depois, exalando um suspiro profundo que enfuriou
mais a filha.
- Eu vi tudo. Quem
é ela?
- É a nossa
arquitecta, não ouviste?
- Sim!? E porquê
desses suspiros e congelamentos?
- Que forma é essa
de falar com o papá, Cris? Vamos lá a ver?
- Vamos mesmo...
Dessa vez não me consegues corromper.
Crisnalda saiu da
cozinha e foi para o seu quarto. Triste e enraivecida ao recordar-se ter visto
o pai em abraços íntimos "com a bruaca que se dizia melhor amiga da
mamã" pensou em voz alta. O que é que o impedirá de fazer algo com essa
que o congela e põe hipnotizado?
(...)
Ooooooh! Quentíssima essa! Tem mais?
ReplyDeleteAinda não... Escrevi-o ontem durante o exercicio de escrita matinal...
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