Um daqueles dias, com gargalhadas e xingassos
Hoje, no meu dia livre, acordei cedo a mesma prà levar os meninos a escola. Caminhei com o Orly as costas, no porta bebé, e a Fannynha ao meu lado a tagarelar, como qualquer outro dia de manhã. Contava-me o que achava que iam fazer na escola e o que iria fazer com as colegas na hora do recreio. Levei a minha bicicleta comigo; Ia depois cuidar de mim.
Fui a aula de kick-boxing, tirar todo o stress da semana… Escolho não gritar com os meus cá em casa, nem trago o serviço prà minha vida pessoal. Assim, encontrei em exercitar uma forma de desanuviar. Naquele horário, estavam apenas jovens mães que pareciam ter o mesmo objectivo que eu. No fim da classe, sentíamo-nos mais leves e rejuvenescidas. Pelo menos eu sentia-me.
Antes do almoço, fui fazer a minha pedicure. Não sei se consigo descrever a sensação… Aprendi em tempos que gosto mesmo de ver-me de verniz. A menina que cuidava de mim fazia maravilhas na massagem e a forma tão delicada como cuidava de mim que não houve dia, até aqui, que não tenha adormecido na cadeira dela. Essa manhã, ela escolheu pràs minhas unhas diferentes tons de laranja…
Almocei na esplanada “Piscina do Mar”, caldo verde e uma salada de galinha, pois queria o meu gelado como sobremesa. Tive de reaprender a comer, depois de dois filhos, mas não deixo de mimar-me. Deliciei-me do meu tri-sabor, em suspiros, sem qualquer arrependimento.
Enquanto preparava a bicicleta para ir-me embora, uma velha passa por mim, cospe para o chão ao meu lado e apressasse a entrar para o carro ao lado de mim.
- Com tanto espaço a senhora escolhe fazer isso mesmo aqui ao meu lado? Perguntei-a
- Isso prà que saiba a pouca vergonha que é portar-se como você fez em lugares públicos. A sua mãe não a ensinou melhor?
- Desculpe, mas o que foi que eu fiz? Deve estar a confundir-me.
- Confundi-la? Nunca tinha visto antes alguém fazer esses sons vergonhosos em público. Disse a velha, benzendo-se com o sinal da cruz.
- Mas que sons, minha senhora.
- Não sou sua senhora nenhuma! Menina indecente como você não devia vir a rua.
- Certamente que há algum equívoco…
- Equívoco, menina? A velha pós a mão à cintura, falava rápido que até pensei que me ia atirar as chaves do carro, pela forma como as abanava na minha direcção. Aonde é que se viu uma menina, que até parece de boas famílias, fazer sons como se estivesse a fornicar em público?
- Ahmmmm! Agora entendi… Desculpa, não foi intenção minha incomoda-la ou perturba-la.
A velha lançou-me um muxoxo sonoro, que quase deixou eco na minha memória. Entrou para o carro e foi embora numa velocidade que deixou no ar uma poeira tão seca quanto o humor dela. Não pude resistir e cai numa gargalhada…
- Ainda bem que achou hilariante, via que a velha ainda a atacava…
- Rir-me e a única coisa que posso fazer. Já não se pode desfrutar de uma sobremesa em condições.
- Se lhe servir de consolo, eu observei-a e tenho nada mais do que elogiar a forma sensual como desfruta das coisas. Até mesmo a sua gargalhada…
Nem dei tempo ao jovem de terminar o que dizia. Não dava prà entreter conversa com mais ninguém. Tinha de ir apanhar os meus meninos.
A Fannynha sentou-se no cesto dela, de reboque na nossa bicicleta, e o Orly no cesto da frente. Adoro ouvir a minha menina desfrutar de uma gargalhada, daquelas que despertam a minha curiosidade de mãe. Ela riaaaa-se até suspirar um “ai, minha mãe.” Disse-me ao chegarmos à casa que afinal andava um menino, no carro que passava ao lado da bicicleta, a fazer piruetas que a faziam rir. Depois de um meio de tarde louco como o que tive, ao encontrar a velha chata, foi bem merecida o término de dia as gargalhadas…
Fiz cupcakes com a minha ajudante de cozinha, para sobremesa do jantar. Um deles foi especialmente preparado com um trago de licor de jenipapo, e igualmente entregue e desfrutado numa arena privada aonde o deliciei entre sussurros e gemidos mais altos que os dessa tarde, mas sem receios de ofender velhos Gregos nem despertar prazeres em jovens Troianos.
Hoje foi um daqueles dias…
Cuidei de mim, dos meus pés, das minhas unhas, dos meus sonhos
Despertei com planos, saciei desejos e ultrapassei xingassos
Um daqueles dias que terminei na escuridão, deitada (ou talvez não), cansada e súper mimada. Eu, ele e as minhas unhas em verniz cor de laranja.
Fui a aula de kick-boxing, tirar todo o stress da semana… Escolho não gritar com os meus cá em casa, nem trago o serviço prà minha vida pessoal. Assim, encontrei em exercitar uma forma de desanuviar. Naquele horário, estavam apenas jovens mães que pareciam ter o mesmo objectivo que eu. No fim da classe, sentíamo-nos mais leves e rejuvenescidas. Pelo menos eu sentia-me.
Antes do almoço, fui fazer a minha pedicure. Não sei se consigo descrever a sensação… Aprendi em tempos que gosto mesmo de ver-me de verniz. A menina que cuidava de mim fazia maravilhas na massagem e a forma tão delicada como cuidava de mim que não houve dia, até aqui, que não tenha adormecido na cadeira dela. Essa manhã, ela escolheu pràs minhas unhas diferentes tons de laranja…
Almocei na esplanada “Piscina do Mar”, caldo verde e uma salada de galinha, pois queria o meu gelado como sobremesa. Tive de reaprender a comer, depois de dois filhos, mas não deixo de mimar-me. Deliciei-me do meu tri-sabor, em suspiros, sem qualquer arrependimento.
Enquanto preparava a bicicleta para ir-me embora, uma velha passa por mim, cospe para o chão ao meu lado e apressasse a entrar para o carro ao lado de mim.
- Com tanto espaço a senhora escolhe fazer isso mesmo aqui ao meu lado? Perguntei-a
- Isso prà que saiba a pouca vergonha que é portar-se como você fez em lugares públicos. A sua mãe não a ensinou melhor?
- Desculpe, mas o que foi que eu fiz? Deve estar a confundir-me.
- Confundi-la? Nunca tinha visto antes alguém fazer esses sons vergonhosos em público. Disse a velha, benzendo-se com o sinal da cruz.
- Mas que sons, minha senhora.
- Não sou sua senhora nenhuma! Menina indecente como você não devia vir a rua.
- Certamente que há algum equívoco…
- Equívoco, menina? A velha pós a mão à cintura, falava rápido que até pensei que me ia atirar as chaves do carro, pela forma como as abanava na minha direcção. Aonde é que se viu uma menina, que até parece de boas famílias, fazer sons como se estivesse a fornicar em público?
- Ahmmmm! Agora entendi… Desculpa, não foi intenção minha incomoda-la ou perturba-la.
A velha lançou-me um muxoxo sonoro, que quase deixou eco na minha memória. Entrou para o carro e foi embora numa velocidade que deixou no ar uma poeira tão seca quanto o humor dela. Não pude resistir e cai numa gargalhada…
- Ainda bem que achou hilariante, via que a velha ainda a atacava…
- Rir-me e a única coisa que posso fazer. Já não se pode desfrutar de uma sobremesa em condições.
- Se lhe servir de consolo, eu observei-a e tenho nada mais do que elogiar a forma sensual como desfruta das coisas. Até mesmo a sua gargalhada…
Nem dei tempo ao jovem de terminar o que dizia. Não dava prà entreter conversa com mais ninguém. Tinha de ir apanhar os meus meninos.
A Fannynha sentou-se no cesto dela, de reboque na nossa bicicleta, e o Orly no cesto da frente. Adoro ouvir a minha menina desfrutar de uma gargalhada, daquelas que despertam a minha curiosidade de mãe. Ela riaaaa-se até suspirar um “ai, minha mãe.” Disse-me ao chegarmos à casa que afinal andava um menino, no carro que passava ao lado da bicicleta, a fazer piruetas que a faziam rir. Depois de um meio de tarde louco como o que tive, ao encontrar a velha chata, foi bem merecida o término de dia as gargalhadas…
Fiz cupcakes com a minha ajudante de cozinha, para sobremesa do jantar. Um deles foi especialmente preparado com um trago de licor de jenipapo, e igualmente entregue e desfrutado numa arena privada aonde o deliciei entre sussurros e gemidos mais altos que os dessa tarde, mas sem receios de ofender velhos Gregos nem despertar prazeres em jovens Troianos.
Hoje foi um daqueles dias…
Cuidei de mim, dos meus pés, das minhas unhas, dos meus sonhos
Despertei com planos, saciei desejos e ultrapassei xingassos
Um daqueles dias que terminei na escuridão, deitada (ou talvez não), cansada e súper mimada. Eu, ele e as minhas unhas em verniz cor de laranja.
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