Antes da morte, ainda em vida

Desenvolva um diálogo segundo o último parágrafo da página 10 do livro que uso no número 3, acima.  

"Não chorem sobre a minha sepultura,
Pois não estou lá, não adormeci.
Sou um milhar de ventos que sopram,
Sou o o diamante de luz na neve,
Sou o raio de sol no trigo maduro,
Sou a branda chuva de outono.
No silêncio da manhã que desponta,
Sou o adejar rápido e animado
Das aves silenciosas que voam em círculos,
Sou a Luz suave das estrelas à noite.
Não chorem sobre a minha sepultura,
Eu não estou lá, eu não morri.

(Não é perfeito para um funeral no campo?)
Mãe"
- Lwlw, porquê isso agora? O que é que se passa que não nos estás a dizer?
- Não se passa nada comigo. 
- Hum!
- Juro-te que não se passa nada. É apenas um exercício que tenho posto algumas pessoas a fazerem. Só não sei como pedir aos meus pais e tios.
- Porquê que não?
- Eles nunca acreditarão seu só um exercício.
- Se calhar não é mesmo. Também tenho as minhas desconfianças.
- Nao precisas de acreditar. Faz só. Por mim.
Nos últimos dois meses. uma ou duas vezes, estive em conversa com diferentes pessoas sobre a morte, preparação da familia para essa difícilrealidade que não temos como evitar. Infelizmente, são poucos os que aventuram-se a falar sobre os planos e preparativos para o que possa vir a ser stress adicional para os ente-queridos após o passamento fisico de um de nós. A conversa pode sim ser difícil no inicio, mas acredito que com o tempo torna-se algo tão normal quanto planear um momento celebratório. Se calhar só para mim. Afinal o último adeus é em celebração a vida quem parte e que nos foi muito queria. 
O texto ácima é a última estofre de um poema escrito por Barbara, uma mãe do livro “Às minhas filhas” obra de Elizabeth Noble. Descreve tão bem o sentimento de permanência que é o amor por quem já não está entre nós, na esperança de que a presença deles se eternize no ar que respiramos e todos os sentidos que permitem-nos experimentar o nosso dia-a-dia. Elizabeth Noble, nesse simples romance que deve ser lido e relido por mães, filhos, na realidade por toda uma familia, traduz bem o amor be Barbara pela familia. Eu leio e releio esse livro e passagens dele, pois, na minha profissão de terapeuta clinica, e pessoalmente desde muito cedo, lido com o tema luto e o seu processo. Nas minhas experiências pessoais, acho e achei sempre conforto na realidade da tristeza, desde que a aceitei e não a ignorei. Não há justiça nessa injusta experiência que é a perda de um ente-querido, que nesse caso foi a mãe de quatro Ladytas em diversas idades e etapas nas suas vidas, e esposa de um homem que a amou na sua simples complexidade.
A estória relata como Barbara, que ao saber que partiria em breve após viver a fase terminal de um cancro, resolve enaltecer a familia deixando cartas às suas filhas e um pequeno diário fazendo pequenos relatos da sua vida de modo a contar segredos que nunca partilhara. Essas reliquias que a mãe deixou serviram ainda como forma de as ajudar a enfrentarcertos desafios na vida.
Já antes vi relatos semelhantes em filmes e documentários de experiências reais. Até passou-me pela mente fazer algo para os meus. Uma das formas que achei uma vez, mas não fiz até aqui para mim mesma, era pedir a familiares e amigos que me escreveseem uma carta a dizer-me o que sentem por mim, bom ou mau, para que eu soubesse ou pudessemos vir a resolver o possivel dito por não dito. Aos meus filhos, mais que tudo, quero que cresçam felizes, respeitando o próximo e a eles mesmos, que se amem e sejam muito amigos. Que sejam uma familia unida ao pai deles que me deu a oportunidade de os gerar, criar, e amar. Ao meu maridão desejo que encontre felicidade…

 Não é facil falarmos de uma possivel morte e nem que a vida continuará após alguém partir. Eu não estou a beira da morte, pelo menos não que seja de meu conhecimento. Acredito apenas que,como para as meninas da Barbara, esses planos ajudam no processo do Luto, ainda que apenas para responder algumas perguntas como o que fazer com o corpo após morte ou que tipo de celebração fazer. Eu gostaria que me celebrem com música e chorassem se assim sentissem, mas de alegria que espero dar à quem me conhece. Tudo na espectativa que quem ficar “não [chore] sobre a minha sepultura”, pois “eu não estou lá, eu não morri.” Quem parte vive para sempre nos nossos corações, nas nossas memórias.”

Via Google

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